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sábado, 17 de abril de 2010

Origem do movimento de reavivamento pentecostal


Por Eliana Motta

O pentecostalismo surgiu nos Estados Unidos, no ano de 1901 com o pregador Charles F. Parham, pioneiro na prática de manifestações em transe e glossolalias (o falar em “línguas desconhecidas”), e a aplicar a teoria do “batismo com o Espírito Santo”, fundamentado no livro bíblico de Atos 2, 1-12; 10, 44-48; 19, 17.

Parham liderava um movimento denominado The Apostólic Faith, enquanto foi diretor-fundador do Bethel Bible College, na cidade de Topeka, no Kansas onde difundia a cura divina em sua doutrina, dava assistência material às pessoas pobres e treinamento para jovens em atividade missionária. (Revista USP, 2005, p. 108)

Dentre esses jovens, desponta no estado americano do Texas, em Huston, em 1906, o pastor negro americano William Joseph Seymour, discípulo de Parham na escola bíblica e tornou-se uma explosão mundial.

Filho de ex-escravos Seymour nasceu em Louisiana, estado com população predominante negra, porém, o ódio racial intenso era difundido por terrorista por meio de movimentos como Ku Klux Klan entre outros e agiam livremente no sul dos Estados Unidos. (Revista USP, 2005, p. 111)

Seymour derrubou a existência de barreiras raciais em favor da "unidade em Cristo“ e rejeitou barreiras às mulheres em qualquer forma de liderança em uma igreja. O movimento chamou a atenção da imprensa e virou notícia nos Estados Unidos.

Em 18 de abril de 1906, o jornal Los Angeles Times, que segundo o historiador Leonildo Silveira Campos, publicou uma matéria que começava afirmando estarem os seus repórteres diante de “uma sobrenatural babel de línguas” e de uma “nova seita de fanáticos” formada em sua maioria por negros e imigrantes pobres, liderados por um pregador negro.

No Brasil, os primeiros grupos pentecostais chegaram na segunda metade do século XIX. Missionários norte-americanos difundiram o Protestantismo Histórico de Missão (PHM) e tinham como característica o conservadorismo teológico, e como fundamentalismo a negação do Catolicismo e da diversidade da cultura nacional, que segundo esse grupo, eram veiculados como símbolos do paganismo e do atraso. (CUNHA, 1999)

No século XX, esses missionários norte-americanos se alto denominavam evangelicals ou evangélicos, ou seja, adeptos ao protestantismo, fiéis ao Evangelho e negando a Ciência ou a razão humana.

Muitas denominações adotaram ao seu nome a expressão “evangélica”, termo este que substitui a expressão “crente”, segundo a historiadora Magali do Nascimento Cunha, usado de forma pejorativa para designar os adeptos do segmento protestante.

O movimento pentecostal chegou ao Brasil em 1910-11 e as igrejas pentecostais mais antigas no Brasil são: Igreja Congregação Cristã do Brasil, de 1910 e Assembléia de Deus, de 1911.

No Brasil, o segmento comemorou o centenário do movimento pentecostal, no ano de 2009.

Referência Bibliográfica

REVISTA USP, São Paulo, nº 67, p. 100 – 115, setembro/novembro 2005

CUNHA, Magali do Nascimento. Contra todo silenciamento e esquecimento: Memória de uma experiência de contra-informação religiosa.1999.

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